Neurocientista aponta propriedades medicinais da maconha
O professor Renato Lopes, ao falar no Senado nesta manhã
Regulamentação do uso de drogas - Especialista diz que a substância pode ser útil para tratar várias doenças – como câncer e epilepsia – e ainda inflamações, dores e convulsões, além de servir como sedativo e estimulante
25/08/2014 - 10h55 Comissões - Legislação Participativa - Atualizado em 25/08/2014 - 12h22
Neurocientista aponta propriedades medicinais da maconha
Da Redação
Grupos favoráveis e contrários ao uso medicinal da maconha participam do debate na CDH
Ao falar nesta segunda-feira (25) na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), o pesquisador e neurocientista Renato Malcher Lopes, da Universidade de Brasília (UnB), apresentou uma série de estudos que, conforme sua avaliação, comprovam os efeitos medicinais de elementos presentes na planta e os benefícios no tratamento de sintomas de diversas doenças e síndromes – como câncer, esclerose tuberosa, Síndrome de Rett e autismo.
De acordo com Renato Malcher, o tetraidrocanabinol (THC, principal psicoativo da maconha), é antiinflamatório, analgésico, estimulador, sedativo, além de ajudar na redução da pressão intraocular. O pesquisador acrescentou que a maconha também é rica em cannabidiol, substância que ajuda a combater convulsões e epilepsia.
O pesquisador reconheceu que o uso abusivo da maconha traz problemas como a redução passageira da memória de curto prazo, durante o efeito da droga, que pode durar até seis horas. Ainda segundo ele, o uso da substância é contraindicado para psicóticos, jovens em crescimento e gestantes. De acordo com Lopes, os índices de dependência em maconha são inferiores aos de outras drogas.
Para o neurobiólogo, o Estado não deveria proibir a venda e o consumo de uma planta que traz alívio para o sofrimento das pessoas. Segundo ele, existe um moralismo equivocado que acaba punindo famílias que poderiam ser beneficiadas pelo uso da substância.
– Muitas pessoas tiveram seus filhos definhando em seus braços sem poder usar o cannabidiol em razão dessa proibição. Efeitos colaterais de outros remédios são muito piores – assinalou.
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Foto em destaque/Fonte: Agência Senado