Novo plano de estímulo à indústria repercute na Câmara

03/04/2012 19:21

Novo plano de estímulo à indústria repercute na Câmara

Larissa Ponce
Sessão deliberativa extraordinária
Duas medidas provisórias serão enviadas à Câmara nos próximos dias.

O governo anunciou nesta terça-feira (3) um pacote de medidas para estimular os investimentos públicos e privados e aumentar a competitividade da indústria brasileira frente à concorrência externa. As medidas ampliam o chamado “Plano Brasil Maior”, que já havia sido lançado no ano passado, e geraram controvérsia entre os deputados.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o pacote de estímulos ao setor produtivo envolverá R$ 60,4 bilhões em recursos, sendo que a maior parte desse montante virá de um novo aporte de R$ 45 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também faz parte da conta a equalização das taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), no valor de R$ 6,5 bilhões.

As medidas englobam ações sobre o câmbio, benefícios tributários, financiamento do comércio exterior, medidas de defesa comercial, incentivos aos setores de informação e comunicações, facilidades creditícias, novas regras para o regime automotivo e ainda estímulo à produção nacional por meio de compras governamentais.

MPs
Duas medidas provisórias serão enviadas nos próximos dias à Câmara, reduzindo a contribuição previdenciária patronal de 15 setores, oferecendo o crédito extra para o BNDES emprestar e implementando um novo regime de incentivo a investimentos em tecnologia e inovação no setor automotivo.

As medidas substituirão a atual alíquota de 20% da contribuição previdenciária patronal, que recai sobre a folha de pagamento das empresas, por uma alíquota de 1% a 2,5%, que incidirá agora sobre o faturamento. Entre os setores beneficiados deverão estar os de plásticos, móveis e têxteis.

J. Batista
Marco MaiaPara o presidente da Câmara, Marco Maia, o pacote é consistente.

Carros
Para a área automotiva, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) se dará a partir de 2013 por meio de aumento do conteúdo nacional nos carros e investimento em tecnologia e inovação.

As pessoas físicas e empresas que apoiarem entidades de pesquisa sobre o câncer também poderão deduzir as doações do Imposto de Renda.

Na área de defesa comercial, a Receita Federal e o Inmetro vão aumentar o controle sobre mercadorias importadas que não estejam em conformidade com as normas técnicas brasileiras. Além disso, serão monitoradas importações em que haja suspeita de fraude.

Deputados
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, o pacote é consistente. "Acho que o governo acerta em número, gênero e grau ao propor medidas tão fortes de auxílio à indústria brasileira", afirmou.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), no entanto, discorda. Para ele, o governo demorou a editar as medidas. "O pacote anunciado é muito tímido em relação ao que a gente esperava. Já tem empresas dando férias coletivas, empresas demitindo, a enxurrada de importações é muito forte", destacou.

O deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) considerou as medidas positivas, mas não acredita que elas tenham qualquer impacto “extraordinário”. Kaefer criticou a substituição da desoneração da folha de pagamento pela tributação do faturamento. “Isso é enganar o empresário, pois 1% sobre o faturamento da maioria das indústrias pesa tanto quanto o recolhimento direto do INSS”, acusou.

Marcelo Brandt
Alfredo Kaefer
Alfredo Kaefer criticou as mudanças no pagamento do INSS. “Isso é enganar o empresário", afirmou.

Conselhos
O presidente da Frente em Defesa da Indústria Nacional, deputado Newton Lima (PT-SP), comemorou o novo plano, especialmente a criação de conselhos de competitividade. "O que de pronto é bastante positivo é a instalação desses conselhos de competitividade em 19 áreas. Assim, as reivindicações e propostas do setor privado que surgirem nesses conselhos serão analisadas por coordenações sistêmicas, que terão a finalidade de subsidiar um grupo executivo na definição de ações transversais do Brasil Maior", detalhou.

Newton Lima ressaltou ainda que é necessário estimular o aumento da qualidade de mão de obra investindo em capital inovador. "Se o governo cumprir o prometido, nós teremos decréscimo das taxas de juros de 5% para 4% no financiamento ao capital inovador e isso é maravilhoso", completou.

O Plano Brasil Maior também privilegia produtos nacionais nas compras governamentais. Dependendo do produto, a preferência se dará mesmo que o nacional custe 25% mais.


* Matéria atualizada no dia 04/04

Reportagem - Rodrigo Bittar e Silvia Mugnatto/ Rádio Câmara
Edição - Juliano Pires

Foto/Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório Gabriel Vaccari Holding/Sucessão: Cuidado online! Artigo expõe riscos de soluções fáceis (procuração, S.A., 3 células). Evite armadilhas fiscais/legais. Leitura essencial para famílias e advogados. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado...

Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido

Processo Familiar Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido Mário Luiz Delgado 20 de abril de 2025, 8h00 Os bens recebidos em antecipação da herança necessária (legítima), nos moldes do artigo 544 do CC [6], quando “conferidos” pelo herdeiro após a abertura da sucessão, NÃO...

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário Amanda Fonseca Perrut No presente artigo, abordamos pontos cruciais sobre inventário, como prazo, multas e recolhimento de tributos, dentre outros. segunda-feira, 21 de abril de 2025 Atualizado em 17 de abril de 2025 14:23 De modo a auxiliar...

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório Amanda Fonseca Perrut A indicação de bens específicos pelo testador a determinado herdeiro é possível e evita eventuais disputas sucessórias. quinta-feira, 17 de abril de 2025 Atualizado às 09:11 É juridicamente possível atribuir...