O Brasil tem a cara do etanol e o etanol tem a cara do Brasil

11/09/2012 - 20h29 Comissões - Petrobras - Atualizado em 11/09/2012 - 20h40

Presidente da Petrobras defende incremento na produção de etanol para atender demanda por combustível

Paulo Sérgio Vasco

A presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu nesta terça-feira (11) o incremento da produção de etanol como resposta ao aumento da demanda por combustível no país. Ela participou de audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Infraestrutura (CI) para apresentar o plano de investimentos da estatal até 2016.

– O Brasil tem a cara do etanol e o etanol tem a cara do Brasil. Não tem razão para que não volte em dois ou três anos, não há porque não voltar – afirmou Graça Foster.

O incremento na produção de etanol, segundo a presidente da Petrobras, seria a solução mais simples para enfrentar uma eventual escassez na oferta de gasolina do que ampliar a produção desse combustível, diante do crescimento do consumo.

Foster disse que a Petrobras tem muitos planos para o etanol, destacando a criação da Petrobras Biocombustíveis, em 2008. Para ela, é importante que a empresa tenha o etanol entre seus produtos, considerada a vantagem competitiva do combustível.

– Se tivéssemos participação maior do etanol hoje, as dificuldades seriam menores. Hoje não dá resultado positivo. A partir do momento que tiver a adequada convergência de preços, o etanol vai convergir para o preço adequado – afirmou.

Preço do petróleo

Foster também afirmou que uma companhia que investe tudo o que a Petrobras investe tem que trabalhar pela convergência e não pela paridade exata de preços na venda de combustíveis.

– Trabalhamos pela convergência, não acreditamos que a paridade imediata seja saudável para o país. Quem vai investir US$ 71 bilhões em refino não quer que esse mercado desapareça, trabalhamos pela convergência, não pode deixar o jacaré abrir muito a boca – afirmou.

Foster disse que o que mais a preocupa é a garantia do plano de investimento da estatal. Ela ressaltou que leva em consideração os interesses dos acionistas e garantiu que trabalha “o dia inteiro com olhos no valor das ações”.

– Acredito que estão com valor muito abaixo do valor real, mas, com a equipe focada na conclusão dos projetos da produção de petróleo, certamente os valores voltarão ao patamar correto, como antes da época da capitalização.

A presidente da Petrobras ressaltou ainda que o Brasil possui óleo já descoberto e a expertise para exploração do mineral.

– Sabemos construir para gerenciar, sabemos operar. Com esse óleo descoberto, quando começar a aparecer, vamos recuperar o valor de nossas ações. Posso dizer para os acionistas: ‘comprem mais ações da Petrobras’. Trabalho muito para atender metas, mas a atividade, por si só, constitui enorme desafio – afirmou.

Importação de derivados

Foster afirmou ainda que o Brasil importará derivados de petróleo até a entrada em operação de novas refinarias, como as localizadas no Maranhão e no Ceará, classificadas como “absolutamente necessárias”.

– A partir de 2014, a produção de petróleo acompanhará a produção de derivados – afirmou.

O requerimento para a audiência pública, presidida pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), foi apresentado pelos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), José Pimentel (PT-CE) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

O debate também teve a participação dos senadores Ana Amélia (PP-RS), Alvaro Dias (PSDB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Cyro Miranda (PSDB-GO), Lindbergh Farias (PT-RJ), Armando Monteiro (PTB-PE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF), Wellington Dias (PT-PI), Lúcia Vânia (PSDB-GO), José Agripino (DEM-RN), Pedro Simon (PMDB-RS), Tomás Correia (PMDB-RO) e Sérgio Petecão (PSD-AC).

 

Agência Senado

 

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