Palestrantes defendem o sistema eleitoral vigente

Antonio Araújo / Câmara dos Deputados
09/04/2015 - 15h49

Palestrantes defendem o sistema eleitoral vigente, com mudanças pontuais

No entanto, o relator da comissão especial da reforma política disse que é favorável a uma mudança estrutural no sistema eleitoral.

Antonio Araújo / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre reforma política com ênfase em Sistemas Eleitorais e Financiamento de Campanha
O relator da comissão da reforma política, Marcelo Castro (E), defende o sistema distrital misto.
 

Em audiência pública nesta quinta-feira (9), palestrantes convidados pela Comissão Especial da Reforma Política defenderam a manutenção do sistema eleitoral vigente, apenas com mudanças pontuais.

Mas o relator da comissão, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), afirmou ser favorável a uma mudança estrutural no sistema eleitoral. Ele defende o sistema distrital misto, em que o local, um estado, por exemplo, é dividido em distritos.

Dessa forma, metade das vagas é destinada a candidatos eleitos pelo sistema proporcional, em que o eleitor vota no partido em uma lista fechada de candidatos, e a outra metade das vagas é destinada a candidatos eleitos pelo sistema distrital puro, em que os candidatos eleitos são os que obtêm o maior número de votos em cada distrito.

Melhorias
Para o relator, o sistema brasileiro é o que tem mais desvantagens. Ele acredita que o sistema distrital misto irá melhorar os partidos políticos: "Todos têm defeitos, todos têm vantagens, mas uns têm mais vantagens e outros têm mais desvantagens. Dos que eu conheço, acho que o que tem mais desvantagem é o nosso”.

Segundo ele, isso se dá “porque propicia um número infindável de campanhas. Na eleição passada nós tivemos 6 mil candidaturas a deputado federal, 14 mil candidaturas a deputado estadual”.

“Só com essa pequena observação aqui, eu acho que se a gente adotasse no Brasil o sistema distrital misto, nós atenderíamos a todas essas exigências que os cientistas internacionais se juntaram e disseram: o que é um bom partido? Um bom partido é o que tem essas qualidade aqui", acrescentou.

Sem mudanças radicais
Convidado pela Comissão, o economista Maurício Romão defendeu que as crises vivenciadas hoje no sistema político não devem ser um fator de pressão para mudanças radicais.

"Longe de mim dar lições de metodologia para a comissão, mas, se a gente pretender mudar tudo de uma vez, pode acontecer como na França, em 1986, que mudou o sistema para um outro sistema, por conta de uma pressão conjuntural da época. Só demorou dois anos e teve que voltar ao que era antes”, explicou Romão.

“Então a gente corre o grande risco de não ter essa legitimidade sendo percebida, apreendida pelo eleitor. Se não, a pressão volta e vamos ter que mudar tudo novamente", acrescentou.

Cautela
O cientista político e professor da Unicamp Bruno Speck também recomendou cautela e sugeriu que poucos aspectos dos sistema político sejam alterados. Segundo ele, dessa forma é possível testar as mudanças gradualmente e evitar equívocos graves.

"Um sistema eleitoral ou um sistema de financiamento, ele emenda um sistema existente, isso é essencial”, observou Speck. “É essencial que a maior parte do sistema continue como está para ter continuidade e previsibilidade na política, porque uma coisa que eu aprendi como cientista social é que as coisas podem dar errado."

Reportagem – Daniele Lessa
Edição – Newton Araújo
Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido

Processo Familiar Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido Mário Luiz Delgado 20 de abril de 2025, 8h00 Os bens recebidos em antecipação da herança necessária (legítima), nos moldes do artigo 544 do CC [6], quando “conferidos” pelo herdeiro após a abertura da sucessão, NÃO...

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário Amanda Fonseca Perrut No presente artigo, abordamos pontos cruciais sobre inventário, como prazo, multas e recolhimento de tributos, dentre outros. segunda-feira, 21 de abril de 2025 Atualizado em 17 de abril de 2025 14:23 De modo a auxiliar...

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório Amanda Fonseca Perrut A indicação de bens específicos pelo testador a determinado herdeiro é possível e evita eventuais disputas sucessórias. quinta-feira, 17 de abril de 2025 Atualizado às 09:11 É juridicamente possível atribuir...

Divórcio liminar?

Opinião Divórcio liminar? Daniela Bermudes Lino Raul Cézar de Albuquerque 9 de abril de 2025, 17h13 Enquanto isso, nos parece mais adequada a solução amplamente utilizada em Varas de Família e ratificada em algumas decisões de tribunais: decretar o divórcio na primeira audiência do processo, com...