Participantes pedem gestão participativa, transparência e redistribuição de cargos no 1º grau

Foto: Gláucio Dettmar/Agência CNJ

Participantes pedem gestão participativa, transparência e redistribuição de cargos no 1º grau

17/02/2014 - 17h33

Democratizar a gestão, criar mais mecanismos de transparência e redistribuir de maneira equitativa cargos e funções comissionadas foram algumas das principais reivindicações apresentadas pelos participantes da audiência pública promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta segunda-feira (17/2), em Brasília/DF, para debater mudanças necessárias para a melhoria da primeira instância da Justiça.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos Costa, defendeu maior participação dos juízes na elaboração dos projetos conduzidos pelos tribunais, o que atualmente cabe apenas a desembargadores. “Todas as propostas de gestão participativa se tornariam alternativa à falta de democracia interna plena vigente nos tribunais brasileiros”, afirmou.

Segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas Felipe Dutra Asensi, o Judiciário precisa investir na criação de mecanismos que gerem transparência aos órgãos do primeiro grau de jurisdição, a exemplo do relatório Justiça em Números, publicado pelo CNJ. Os órgãos da primeira instância, segundo ele, deveriam informar quais tipos de demandas são apresentadas ao Judiciário e a duração média das ações. “O primeiro grau precisa publicizar suas informações, não só o CNJ”, afirmou. 

De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud), Maria José Santos da Silva, o déficit de servidores no Judiciário baiano é muito maior no primeiro grau de jurisdição – 7 mil servidores, contra 3,5 mil no segundo grau. Para piorar o quadro, enquanto sobram cargos comissionados nos gabinetes da segunda instância, as comarcas menores sofrem com a falta deles. “Precisamos muito de um concurso para contratar servidores seja realizado, pois o último foi feito em 2008”, disse.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues dos Santos, propôs a criação de “equipes volantes” compostas por servidores do Judiciário que se deslocariam até as comarcas sobrecarregadas pelo volume de processos para auxiliar na movimentação das ações.

A primeira audiência pública realizada pelo CNJ reúne, até esta terça-feira (18/2), operadores do direito, especialistas e integrantes do sistema de Justiça para debater a eficiência do primeiro grau de jurisdição e aperfeiçoamentos legislativos voltados ao Judiciário.

A TV Justiça (www.tvjustica.jus.br), a Rádio Justiça (www.radiojustica.jus.br) e o Canal do CNJ no YouTube (https://www.youtube.com/cnj) transmitem ao vivo o evento. Pela manhã, a audiência acontece das 9h às 12h30. À tarde, as discussões ocorrem entre 14h e 18h30. O plenário do CNJ está localizado no 2º andar do Anexo I do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília/DF.


Manuel Montenegro e Bárbara Pombo
Agência CNJ de Notícias


 

Notícias

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem Flávia Vidigal e Priscylla Castelar de Novaes de Chiara O STJ mudou seu entendimento sobre a penhorabilidade de imóveis alienados fiduciariamente em execuções de despesas condominiais, reconhecendo a possibilidade de penhorar o bem,...

Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural

Impenhorabilidade Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural STJ decidiu que, para impenhorabilidade, apenas a área produtiva de pequenas propriedades rurais deve ser considerada, excluindo-se a área de preservação ambiental. Decisão baseou-se em assegurar que...

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós 20/07/2021 Prova de existência de filhos não é suficiente. A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve decisão do juiz Seung Chul Kim, da 1ª Vara Cível de Cotia, que negou pedido de registro tardio de...

Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país

Reprodução assistida Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país Recente decisão do STJ, reconhecendo dupla maternidade em caso de inseminação caseira, denota a urgência do tema. Da Redação segunda-feira, 4 de novembro de 2024 Atualizado às 09:56 Registrar o...