Persiste indefinição sobre PECs que derrubam voto secreto

23/09/2013 - 19h00 Especial - Atualizado em 24/09/2013 - 10h53

Persiste indefinição sobre PECs que derrubam voto secreto no Legislativo

Simone Franco e Tércio Ribas Torres

Três propostas de emenda à Constituição (PECs 20, 28 e 43, todas de 2013) que tratam do fim do voto secreto em deliberações do Poder Legislativo devem passar, nesta terça-feira (24), pela segunda sessão de discussão, em primeiro turno, no Plenário do Senado. Semelhanças no tratamento do tema levaram à tramitação conjunta das PECs, mas persiste a falta de consenso sobre a abrangência da medida. Permanece a indefinição sobre qual delas receberá o apoio de três quintos dos senadores, ou seja, conquistará o mínimo de 49 votos favoráveis para aprovação.

Enquanto os senadores não firmam um entendimento, os efeitos do calendário especial de tramitação – aprovado para a PEC 20/2013, de iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), e aplicado às demais por força do andamento conjunto – ainda não se fizeram sentir. Até porque seu reflexo sobre a supressão de interstícios regimentais (contagem de prazo entre as etapas de votação, que é de 48 horas) só deverá ocorrer na passagem do primeiro para o segundo turno de votação das matérias.

Até lá, o ritmo das cinco sessões de discussão do primeiro turno, e das outras três sessões de discussão do segundo turno, tende a ocorrer dentro da normalidade. Isto significa que as três PECs irão constar da ordem do dia de forma sequenciada – nesta quarta-feira (25), por exemplo, deverá transcorrer a terceira sessão de discussão em primeiro turno -, até que se esgotem as respectivas sessões de discussão e elas estejam prontas para votação em cada um dos dois turnos. De qualquer modo, um acerto político ainda pode encurtar o prazo entre as sessões de discussão.

Divergências

É importante observar também que as propostas ainda podem receber novas emendas, mas só ao longo das cinco sessões de discussão do primeiro turno. A princípio, se isto acontecer, as mudanças sugeridas deverão passar pelo crivo da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). No entanto, se houver acordo entre os líderes partidários, o calendário especial de tramitação possibilita que este parecer seja dado em Plenário para ganhar tempo no processo de votação.

Na última quinta-feira (19), quando transcorreu a primeira sessão de discussão das matérias em primeiro turno, ficaram evidentes as divergências quanto à possibilidade de acelerar ou não sua votação no Senado. Quem fez um apelo pela ponderação no exame do fim do voto secreto no Legislativo foi o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). O parlamentar tucano defendeu um debate “mais aprofundado” para assuntos que tangenciam o relacionamento entre os Poderes da República.

- Em nome do cuidado, é preciso seguir o rito normal. Como é que vamos votar abertamente a escolha do procurador-geral da República? E dos ministros do STF [Supremo Tribunal Federal]? – questionou Aloysio.

Mas a tese que prevaleceu, ao final do debate, foi a de aprovação rápida da proposta de abertura das votações no Legislativo. Além de se mostrar favorável à adoção de um calendário especial de tramitação, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) chegou a sugerir que as divergências em torno da questão fossem resolvidas “no voto”.

- Se há discordância ou vontade de apresentar emendas, vamos colocar pra votar. Aí as emendas serão apresentadas. Vamos disputar no voto. É uma matéria que está em consonância com a pauta positiva do Senado – apelou Pinheiro, contando com o respaldo do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Agência Senado

 

Notícias

Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada

Derrota dos estados Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada 30 de outubro de 2024, 21h22 A rejeição do Congresso Nacional em dispor no texto da lei sobre a incidência do ITCMD nos planos de VGBL é um bom indicativo de que a pretensão dos estados não deve ser...

Consequências da venda de lote desprovido de registro

Opinião Consequências da venda de lote desprovido de registro Gleydson K. L. Oliveira 28 de outubro de 2024, 9h24 Neste contexto, o Superior Tribunal de Justiça tem posição pacífica de que o contrato de compromisso de compra e venda de imóvel loteado sem o devido registro do loteamento é nulo de...