Pesquisadores defendem hidrelétricas com reservatório de uso múltiplo
Senadores da CI e CMA debatem com pesquisadores hidrelétricas a fio d'água
14/08/2013 - 09h20 Comissões - Infraestrutura e Meio Ambiente - Atualizado em 14/08/2013 - 11h48
Pesquisadores defendem hidrelétricas com reservatório de uso múltiplo
Da Redação
Os professores Francisco Gomide, da Universidade Federal do Paraná, e Sérgio Bajay, da Universidade Estadual de Campinas, consideram equivocadas as críticas à construção de hidrelétricas tradicionais, com grandes reservatórios, e a opção por novas usinas a fio d’água, que requerem apenas um pequeno reservatório.
Os especialistas participam nesta manhã de audiência pública conjunta das comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Meio Ambiente (CMA).
Ambos consideram que ainda existem no país áreas adequadas para construção de hidrelétricas com grandes reservatórios, que permitem a gestão da vazão da água e a produção regular de energia, em qualquer época do ano. Os professores defendem o uso múltiplo dos reservatórios: para suprimento de água nas cidades, irrigação, navegação fluvial e recreação.
Bajay explica que a resistência às hidrelétricas tradicionais se deve aos impactos ambientais e sociais associados ao alagamento de áreas pelos reservatórios. Para Francisco Gomide, trata-se de uma “oposição irracional a barragens e reservatórios”.
– Técnicos e dirigentes das grandes empresas estatais geradoras do setor elétrico brasileiro criaram uma verdadeira cultura de só construírem usinas hidrelétricas a fio d’água, esperando, com isso, facilitar a viabilização de tais obras – opina Bajay.
Usinas a fio d’água, explicam os especialistas, requerem eficiente planejamento para complementar a queda de produção de energia na época seca, sendo necessárias alternativas como termelétricas que consomem combustíveis fósseis, por exemplo. Para Gomide, os impactos ambientais para complementar a geração em usinas a fio d’água podem ser maiores que os causados por reservatórios.
Agência Senado