Preço de alimento deve cair na próxima década

Os preços dos alimentos no mundo devem cair para patamares superiores ao de períodos anteriores a 2008  Imagem de arquivo/Agência Brasil

Preço de alimento deve cair na próxima década, diz FAO

16/07/2015 11h17São Paulo
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil


Os preços de todos os produtos agrícolas devem declinar na próxima década, segundo estudo da Food and Agriculture Organization (FAO), das Nações Unidas, e da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) Projetos. A queda, no entanto, não deve prejudicar os agricultores brasileiros porque os investimentos em produtividade compensarão as perdas.

A projeção foi divulgada hoje (16) na capital paulista, e leva em consideração estimativas sobre o crescimento da produção e a tendência do aumento na produtividade agrícola.

O chefe da divisão de comércio Agroalimentar e Mercados da OECD, Jonathan Brooks, estima que os preços dos alimentos no mundo devem cair para patamares superiores ao de períodos anteriores a 2008, quando houve forte expansão em razão da crise mundial. “Mas, no início da década dos anos 2000, os preços estavam muito abaixo da tendência. Acreditamos que [a projeção] vai cair [no futuro], mas não a esses níveis de 2000”, declarou.

Segundo Brooks, o consumo dos alimentos de primeira necessidade em países emergentes vem apresentando crescimento fraco de demanda. “Vemos demanda maior de proteína nos países em desenvolvimento, por isso temos aumento no preço de carnes e lacticínios. Os grãos e as oleaginosas tiveram aumento maior em relação aos preços dos alimentos básicos”, disse.

As perspectivas para a agricultura são positivas para o Brasil, segundo Brooks, pois o país enxergará mais oportunidades movidas pelo crescimento da produtividade, embora não tão grandes quanto as observadas nos últimos dez anos. “A produtividade da carne e cereais vai aumentar no Brasil. A produção de biocombustíveis também tem crescido substancialmente”, disse.

Segundo o estudo, a projeção para a área das principais safras no país indica crescimento de 20% até 2024, chegando a 69,4 milhões de hectares, com crescimento anual de 1,5%. A estimativa leva em conta o uso da terra para oleaginosas, grãos brutos, arroz, trigo, cana de açúcar e algodão.

As oleaginosas, especialmente a soja, continuarão a predominar no uso da terra no país, respondendo por quase metade da área de colheita em 2024. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. O relatório da FGV aponta que o Brasil tem o maior potencial para expandir ainda mais a produção, entre todos os países produtores.

O preço da soja deverá permanecer relativamente alto na próxima década, aumentando em 6,9% ao ano. A produção da oleaginosa deve aumentar em 2,5% ao ano, alcançando 108 milhões de toneladas. Espera-se crescimento na área cultivada de soja em 23%, chegando a 34,3 milhões de hectares em 2024. O consumo deverá aumentar 2,3% ao ano.

André Nassar, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, defende que, para expandir a produção, o Brasil precisa enfrentar o problema da logística, sobretudo no escoamento de milho e soja. “Há probabilidade de isso [a solução para a falta de logística] acontecer no horizonte de dez anos. Mas num prazo mais curto, talvez seja arriscado prever”, disse.

O secretário destacou que um departamento de logística está sendo estruturado no ministério. “Vemos que as exportações dos portos da Região Norte do país já cresceram 20% em relação ao ano passado. A situação está melhorando, mas não transferiu ainda o ganho para o produtor”, afirmou.

Agência Brasil

Notícias

Som e imagem

  Hotéis e motéis não devem pagar por direitos autorais Por Everton José Rêgo Pacheco de Andrade   Por ser o direito autoral um conjunto de privilégios conferidos por lei a pessoa física ou jurídica criadora de obra intelectual, a utilização ou exploração de obras artísticas, literárias...

Só para maiores

  Juizados não podem julgar dano por cigarro Por Gabriela Rocha   Os Juizados Especiais não são competentes para julgar ações de indenização contra fabricantes de cigarro por danos causados pelo consumo do produto. Esse foi o entendimento adotado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal...

Impedimento ético

Advogado não pode atuar em causa em que atuou a favor da parte contrária como estagiário  (14.04.11) Há impedimento ético de que qualquer advogado trabalhe no patrocínio de causa em que atuou a favor da parte contrária como estagiário. A decisão é do Órgão Especial do Conselho Federal da...

Seguradora deve indenizar suicídio cometido dentro do prazo de carência

13/04/2011 - 19h39 DECISÃO Seguradora deve indenizar suicídio cometido dentro do prazo de carência A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por 6 votos a 3 que em caso de suicídio cometido durante os dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, período de...

Confissão em flagrante com drogas não configura atenuante

Supremo Tribunal Federal Quarta-feira, 13 de abril de 2011 Confissão em flagrante com drogas não configura atenuante Em sessão extraordinária realizada na manhã desta quarta-feira (13), os ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram Habeas Corpus (HC) 101861...