Promotor sugere arquivamento de projeto sobre regime penitenciário de segurança máxima

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
11/04/2017 - 17h00

Promotor sugere arquivamento de projeto sobre regime penitenciário de segurança máxima

Em audiência da comissão que analisa a proposta, representante da OAB sugeriu repartição das responsabilidades sobre penitenciárias entre União e estados

 
Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Audiência Pública e Reunião Ordinária
A comissão realizou a oitava audiência pública sobre o projeto

O promotor de Justiça do estado de Goiás Haroldo Caetano da Silva sugeriu nesta terça-feira (11) o arquivamento do projeto de lei (PL 7223/06) que cria o Regime Penitenciário de Segurança Máxima.

A recomendação foi feita em audiência pública realizada pela comissão especialque analisa o tema.

Para o promotor, as medidas previstas no texto já vigoram na prática com o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Dessa forma, segundo ele, a proposta não resolveria os problemas nas penitenciárias.

"Pelo contrário. Inclusive nós temos uma demonstração nítida de que o rigor excessivo no cárcere tem gerado consequências negativas para o funcionamento do sistema”, afirmou.

Haroldo Caetano sugeriu ainda o debate de outros temas na comissão, como o tratamento dispensado a mulheres que visitam os presos. "Precisamos resgatar o respeito aos direitos humanos dentro do cárcere”, disse.

Segundo o regime disciplinar proposto no projeto, o preso deve ser recolhido em cela individual; ter banho de sol de, no máximo, duas horas diárias; e ser proibição de se comunicar com outros detentos e agentes penitenciários. Também seriam controladas, por meio de gravação e filmagem, as visitas mensais dos familiares.

Divergência
O ex-comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, Sílvio Benedito Alves, discordou do promotor. "O tema deve ser tratado com respeito porque precisamos de uma solução para esse problema. O sistema penitenciário brasileiro está, hoje, falido. Nem ressocializa, nem retorna o reeducando em condições para trabalhar em sociedade novamente”, criticou.

Presidente da Comissão de Segurança Pública e Política Criminal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Edemundo Dias de Oliveira Filho sugeriu alterações no texto, como a responsabilização da União pelos presos já condenados. Os estados seriam responsáveis, apenas, pelos presos provisórios.

“Acreditamos que há, hoje, responsabilidade muito grande em cima dos estados, e a União é quem detém os recursos. O fundo penitenciário, por exemplo, é de gestão da União. Então, proponho a repartição de responsabilidades”, disse.

Prevenção
O relator da comissão, deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), disse que com o passar dos anos os problemas apenas pioraram e o projeto poderia apaziguar o clima nas penitenciárias.

"Queremos aproveitar esse projeto para efetivamente oferecer alternativas ao sistema prisional, tanto do ponto de vista de um regime disciplinar que dê mais eficácia aos gestores quanto à interrupção da comunicação nos presídios." 

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - Igor Caíque
Edição - Rosalva Nunes
Agência Câmara Notícias
 
  
 

 

Notícias

Justiça paulista cancela penhora determinada após venda de imóvel

TARDE DEMAIS Justiça paulista cancela penhora determinada após venda de imóvel 24 de julho de 2023, 21h15 Por José Higídio Já em maio de 2019, ao encaminhar a escritura pública para o registro na matrícula, os compradores souberam da penhora, determinada em uma ação de alimentos contra um dos...

Herança digital: entenda os limites do uso da imagem de pessoas mortas pela IA

Herança digital: entenda os limites do uso da imagem de pessoas mortas pela IA Rafael Farias Teixeira, colaboração para a CNN São Paulo 18/07/2023 às 04:00 Pelo Código Civil, tendo autorização do herdeiro, como foi no caso, não teria problema jurídico algum em explorar a imagem da pessoa já...

Você é mesmo único? IBGE revela a popularidade do seu nome no país

segunda-feira, 17 de julho de 2023 Você é mesmo único? IBGE revela a popularidade do seu nome no país Ferramenta fornece informações detalhadas sobre os nomes registrados no país, separados por gênero, cidades e estados. Você já se perguntou quantas pessoas usam o seu nome? É uma curiosidade comum...