Relatora comemora sanção integral de lei que garante assistência a vítimas de violência sexual

01/08/2013 - 19h50 Sanções/Vetos - Atualizado em 01/08/2013 - 19h50

Relatora comemora sanção integral de lei que garante assistência a vítimas de violência sexual

Da Redação

A senadora Ana Rita (PT-ES) elogiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de sancionar sem vetos projeto de lei que garante atendimento integral e multidisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência sexual. Grupos religiosos cobravam o veto da presidente a trecho da proposta (PLC 3/2013) que se refere à "profilaxia da gravidez" por entenderem que o procedimento abrangeria o aborto. Para defensores da medida, porém, a expressão corresponde ao uso da "pílula do dia seguinte", já previsto em norma técnica do Ministério da Saúde.

A nova lei prevê, entre outros atendimentos, a realização de diagnóstico e tratamento das lesões; apoio psicológico; profilaxia da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis; e o fornecimento de informações sobre serviços sanitários disponíveis.

O último item também foi criticado por entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Pela lei, a vítima de estupro tem o direito de interromper a gravidez indesejada, a qualquer momento. No entanto, para a CNBB, essa informação, se prestada pelos hospitais, pode induzir à escolha do aborto.

Para Ana Rita, relatora da matéria na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), a proposta trará grande benefício às vítimas de violência sexual. Na avaliação da parlamentar, Dilma foi sábia ao sancionar a lei sem vetos, depois de ouvir tanto os grupos religiosos quanto os movimentos de mulheres.

A senadora, também relatora da recém encerrada CPI da Violência contra a Mulher, lembrou que já existe norma técnica do Ministério da Saúde com as orientações propostas no projeto, que agora passam a ter o valor de lei.

Tramitação

O projeto, de autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP), tramitava na Câmara desde 1999. Chegou ao Senado em março deste ano e foi aprovado em julho. A lei será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2) e passará a valer daqui a 90 dias, depois de ser devidamente regulamentada.

O texto prevê também a colaboração nos procedimentos policiais e investigativos, como a coleta de material para possível identificação do agressor por meio de exame de DNA, a ser feito pelo órgão de medicina legal. Apesar da maioria das vítimas serem mulheres, o projeto assegura o atendimento emergencial a todas as pessoas vitimadas, independentemente de gênero ou idade.

Em entrevista à imprensa após a sanção, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo enviará ao Congresso um projeto de lei para corrigir duas “imprecisões técnicas”. A primeira é a que define violência sexual como sexo sem consentimento, uma vez que essa definição exclui relações sexuais com menores de 14 anos (em que o estupro é presumido). A proposta a ser encaminha também esclarecerá que a profilaxia da gravidez implica a administração de medicações, em até 72 horas após o estupro, que tenham eficiência para evitar a fecundação.

 

Agência Senado

 

Notícias

Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa

Caso de divórcio Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa Homem alegou que se casou sem saber de problema psiquiátrico, mas juíza não viu requisitos do CC para anulação. Em vez disso, concedeu o divórcio. Da Redação segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 Atualizado às...

TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio

Cadê o dinheiro? TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio 4 de fevereiro de 2025, 19h12 Ao decidir, o desembargador entendeu que estavam presentes no caso os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil para a concessão de pedido liminar: probabilidade do direito e...

STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula

Doação inoficiosa STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula Relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou a necessidade de respeitar a legítima dos herdeiros. Da Redação terça-feira, 4 de fevereiro de 2025 Atualizado às 18:04 STJ declarou nula partilha em vida realizada...

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...