Relator defende abertura para diferentes modelos de rádio digital pelo Brasil
16/04/2013 - 19h00
Relator defende abertura para diferentes modelos de rádio digital pelo Brasil
O relator da Subcomissão Especial de Rádio Digital, deputado Sandro Alex (PPS-PR), adiantou nesta terça-feira (16) que proporá a abertura do País a diferentes tecnologias para facilitar a implantação do modelo digital de transmissão radiodifusora.
A ideia de Sandro Alex é permitir que os radiodifusores possam utilizar o modelo que for mais conveniente a sua situação, sem restrição de tecnologia.
O parlamentar deverá apresentar na quarta-feira da próxima semana, dia 24, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, uma prévia de seu relatório, com a presença do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo; e de representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Recursos digitais
O rádio digital oferecerá recursos como som de alta definição e a possibilidade de o ouvinte ler informações sobre o trânsito ou sobre a previsão do tempo no dial.
O Brasil ainda não definiu o padrão de rádio digital a ser adotado. Dois modelos – o americano (HD) e o europeu (DRM) – foram habilitados para operar no País, mas ainda não há resultados conclusivos sobre qual adotar.
Na opinião do deputado Sandro Alex, a escolha deve ser feita pelo mercado. “Não cabe ao governo discutir tecnologia. Claro que cada modelo deve ser habilitado pela Anatel, mas devemos permitir a abertura, porque disso pode até resultar uma nova tecnologia – brasileira”, acredita Sandro Alex.
Ele afirmou ainda que a autorregulação pelo mercado trará um custo menor para a transição pretendida e favorecerá a integração entre radiodifusores. “Os países de origem dos sistemas não restringem a tecnologia. Os Estados Unidos, por exemplo, adotam o modelo HD; mas, se algum radiodifusor quiser adotar outro sistema, ele está autorizado a fazer”, observou o relator.
O presidente da subcomissão, deputado Manoel Junior (PMDB-PB), acredita que a solução proposta por Sandro Alex trará democracia para o mercado de radiodifusão e beneficiará principalmente a população mais pobre, muitas vezes atendida por rádios comunitárias.
Manoel Junior lembrou que, na fase de estudos, a subcomissão esteve nos Estados Unidos e na Europa conhecendo sistemas e as formas como os países lidam com eles. “Na prática, é um ganho. Nenhum dos sistemas é perfeito e é urgente decidir a implantação do rádio digital no Brasil”, disse.
Emissoras AM
O relator Sandro Alex chamou atenção ainda para a migração das emissoras AM para FM. A ideia, segundo ele, é fazer essa transição sem cobranças e sem obrigatoriedades, dentro do juridicamente possível. “Hoje o sistema AM está comprometido tecnologicamente por interferências, e não há uma tecnologia que possa suprir o problema.”
Vinculada à Comissão de Ciência e Tecnologia, a Subcomissão de Rádio Digital foi inicialmente instalada em julho de 2011. Ela foi recriada nesta terça-feira a pedido de Sandro Alex, a fim de dar continuidade aos trabalhos.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Regina Céli Assumpção
Foto/Fonte: Agência Câmara Notícias