Relator defenderá venda de armas, conforme aprovado em referendo de 2005
05/12/2012 - 14h59
Relator defenderá venda de armas, conforme aprovado em referendo de 2005
Lúcio Bernardo Jr
Relações Exteriores discutiu projeto que regulamenta a aquisição de armas de fogo e munições.
O deputado Claudio Cajado (DEM-BA), relator do Projeto de Lei 3722/12, que revoga o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) e regulamenta a aquisição e circulação de armas de fogo e munições no País, disse, nesta quarta-feira, que seu parecer será pautado pelo resultado do referendo de 2005, que permitiu a comercialização das armas.
Segundo ele, o referendo mostrou que a população brasileira, majoritariamente, não se sente segura com a proteção que recebe do Estado. O relator afirmou também que seu parecer não permitirá excessos de liberalidade. Cajado presidiu hoje a audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional sobre o projeto.
No referendo, foi perguntado aos eleitores se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido. Houve 92,4 milhões de votos válidos, dos quais 63,95% foram “não” e 36,06% “sim”.
Venda de armas
Atualmente, segundo ele, o Estatuto do Desarmamento proíbe a venda de armas, com exceções, quando a lógica deveria ser a inversa, em razão do referendo: a lei deveria permitir a venda de armas, com exceções.
Cajado afirmou que a violência na Bahia cresceu assustadoramente nos últimos anos. "Os bandidos estão armados, e o cidadão comum está sem armas", disse ele.
O deputado relatou um exemplo pessoal: disse que comprou uma propriedade rural, que algum tempo depois foi assaltada. Diante disso, ele resolveu comprar uma arma para deixar na fazenda, mas seu pedido foi inicialmente negado pela Polícia Federal.
“Como não ter uma arma nesse local, que é isolado e não tem proteção nenhuma?”, questionou. Ele disse que insistiu e acabou conseguindo, mas concordou com o orador anterior, o ex-deputado Alberto Fraga. Defensor da permissão da venda de armas, Fraga disse que o Estatuto do Desarmamento permite a comercialização, mas a Polícia Federal coloca tantos obstáculos e acaba impedindo os cidadãos de exercer esse direito. “Isso é fato”, concordou Cajado.
Reportagem - Wilson Silveira
Edição – Newton Araújo - Foto: Lúcio Bernardo Jr
Agência Câmara Notícias