Senado adia votação de MP que cria Sistema Eletrônico de Registros Públicos

O anúncio foi feito pelo presidente Rodrigo Pacheco após apelo de senadores
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Senado adia votação de MP que cria Sistema Eletrônico de Registros Públicos

Da Agência Senado | 26/05/2022, 14h28

O Senado adiou a votação da Medida Provisória (MP) 1.085/2021 que efetiva o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp) para a sessão da próxima terça-feira (31), às 14h. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, após apelo de senadores. Eles pediram mais tempo para analisar as mudanças propostas pelo relator, senador Weverton (PDT-MA), que apresentou novo relatório nesta quinta-feira (26).

Pacheco informou que acertou com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que, em caso de mudanças no texto, o Senado encaminhará a MP ainda na terça-feira para a análise dos deputados. A MP perde a validade na quarta-feira (1).

O relatório anterior, apresentado na quarta-feira (25), sugeria aprovação da MP com mudanças em relação ao texto aprovado pela Câmara. Ao todo, Weverton acatou oito emendas de parlamentares e sugeriu outros ajustes no texto. O parecer desta quinta-feira faz novas mudanças. O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) leu o relatório de Weverton e afirmou que a MP vai ajudar no processo de “desburocratização do país”.

Conforme o texto, o Serp deve ser implantado até 31 de janeiro de 2023. A partir dessa data, as certidões serão extraídas por meio reprográfico ou eletrônico, ou seja, os oficiais de registro estarão dispensados de imprimir certidões (civil ou de títulos). As certidões eletrônicas serão feitas com uso de tecnologia que permita ao usuário imprimi-las e identificar sua autenticidade, conforme critérios do CNJ.

A intenção, segundo o governo, é permitir que atos e negócios jurídicos sejam registrados e consultados eletronicamente, além de interligar as bases de dados de diferentes cartórios de registros públicos. 

Uma das emendas acatadas pelo relator estabelece que compete aos tabeliães de notas produzirem os extratos de escrituras públicas, de instrumentos particulares e de títulos judiciais. 

O texto inicial da MP previa que a apresentação eletrônica dos títulos perante o Cartório de Imóveis por meio do Serp seria feita mediante a apresentação de um extrato eletrônico do título. Esse extrato é um resumo do título. 

“Para efeito de segurança jurídica, é fundamental que esse extrato seja feito pelo agente público com fé pública para tanto: o tabelião de notas. Afastar essa competência do tabelião de notas é sujeitar o sistema jurídico a grande insegurança, diante do risco de os extratos virem com informações erradas, seja por erro, seja por má-fé. Isso causaria grande prejuízo aos negócios imobiliários”, justifica o relator no parecer. 

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) considera que a emenda vai contra o espírito da MP e cria uma nova etapa na burocracia dos cartórios. 

— Ela cria mais uma camada de burocracia. Ela dá aos cartórios a exclusividade de fazer extratos. Só a Caixa, hoje, faz mais de 100 mil extratos. Não precisa passar pelo cartório — apontou Oriovisto, que sugeriu a aprovação da MP sem mudanças.

Outros senadores apresentaram destaques em relação a diferentes pontos da MP e apoiaram a votação do texto sem emendas ainda nesta quinta-feira, mas o senador Paulo Rocha (PT-PA) concordou com a decisão do presidente do Senado de adiar para terça-feira.

— Isso dá segurança para o debate. Para saber o que estamos votando — assinalou Paulo Rocha.

Fonte: Agência Senado

Notícias

Pactos conjugais e convenciais e o anteprojeto de revisão do Código Civil

Pactos conjugais e convenciais e o anteprojeto de revisão do Código Civil Luciana Faisca Nahas segunda-feira, 15 de julho de 2024 Atualizado às 06:58 A ampliação da liberdade de pactuar nas relações familiares conjugais e convivenciais é uma demanda crescente no cenário jurídico e social, e é...

Sem citação válida, ação de execução de título extrajudicial é anulada

LOCAL INCERTO Sem citação válida, ação de execução de título extrajudicial é anulada Paulo Batistella 11 de julho de 2024, 20h39 Além de anular a ação, a juíza ainda determinou que a instituição financeira pague os honorários de sucumbência, uma vez que deu causa à nulidade. Confira em Consultor...

Por abandono afetivo, mulher consegue retirar sobrenome paterno de registro

quinta-feira, 11 de julho de 2024 Por abandono afetivo, mulher consegue retirar sobrenome paterno de registro Para magistrada, manutenção do nome do suposto genitor condenaria mulher a reviver passado de abandono. Mulher consegue o direito de retirar sobrenome paterno do registro civil devido a...

Casal homoafetivo consegue adotar criança após criá-la por nove anos

Direito de família Casal homoafetivo consegue adotar criança após criá-la por nove anos Magistrada identificou prática ilegal de adoção dirigida, mas optou por destituir genitora do poder familiar em prol do melhor interesse da criança, já adaptada ao lar do casal. Da Redação segunda-feira, 8 de...

Juíza permite paternidade biológica e socioafetiva em registro

Dupla paternidade Juíza permite paternidade biológica e socioafetiva em registro Magistrada considerou que a paternidade não é apenas um fato biológico, mas também um fato cultural e afetivo. Da Redação sexta-feira, 5 de julho de 2024 Atualizado às 15:29 Criança poderá ter dupla paternidade em...