Síndrome do olho seco

Inverno pode trazer complicações para a saúde visual das pessoas

Inverno pode trazer riscos à saúde visual das pessoas, alerta especialista

23/06/2015 06h05  Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil  Edição: Graça Adjuto

O inverno começou no último domingo (21) em todo o país, com a ocorrência de dias mais frios e a utilização de agasalhos por boa parte da população. A estação pode trazer risco de complicações para a saúde visual das pessoas, alertou o presidente da Comissão de Projetos Especiais da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Marcus Safady, em entrevista à Agência Brasil.

Enquanto o verão é caracterizado por conjuntivites bacterianas e a primavera por conjuntivites alérgicas, no inverno a queda da umidade relativa do ar costuma piorar os sintomas de quem tem a síndrome do olho seco, ou olho ressecado, que inclui sensações de queimação, areia, embaçamento, entre outros. “Porque é uma época de umidade mais baixa, na qual as pessoas que já têm um ressecamento ocular tendem a sofrer um pouquinho mais”.

Durante a fase do inverno, Safady destacou que se a pessoa tiver que permanecer em ambientes mais agressivos, com ar condicionado muito forte, ou sujeito a vento ou poeira, é preciso tomar cuidados adicionais. O colírio, por exemplo, “que é, normalmente, uma lágrima artificial que o paciente utiliza, deve ser usado mais vezes”. Marcus Safady lembrou que em viagens de avião que duram mais de oito horas, o passageiro deve, além de beber muito líquido e lavar o rosto, pingar colírio, ou lubrificante ocular, de meia em meia hora. “São maneiras de minorar as complicações que o meio ambiente traz para o paciente com olho ressecado”.

Essa síndrome do olho seco difere de região para região do Brasil, “porque varia com a umidade do ar. Quanto menor a umidade, mais sintomas vai ter esse paciente e mais cuidados e mais frequência  de uso desses colírios”, explicou. Ele acrescentou que é muito comum um paciente que tem a síndrome do olho seco equilibrada no Rio de Janeiro e se muda para Brasília ter uma piora no quadro de ressecamento ocular, além da parte respiratória, em certas épocas do ano em que a umidade cai ainda mais. “A regionalidade do problema é proporcional à umidade do ar”, enfatizou.

Safady observou que o computador também desencadeia sintomas de ressecamento ocular para uma pessoa que normalmente não tem essa síndrome. Isso é agravado se o ambiente tem ar condicionado muito frio. “Só o uso do computador, por si só, e vários estudos mostraram isso, diminui o índice de piscar, que faz a lágrima renovar e proteger o olho de maneira eficaz”.

De acordo com o oftalmologista, a gente pisca, em média, uma vez a cada seis ou dez segundos. Estudos indicam que quando a pessoa está no computador, ela chega, às vezes, a ficar 30 segundos sem piscar, com repercussões na lubrificação ocular e nos sintomas de ressecamento. A recomendação do especialista é que a pessoa procure piscar mais vezes diante do computador. A média ideal é piscar a cada dez segundos. “Ao mesmo tempo, piscar mais e instilar mais o colírio protetor. A orientação básica é essa: piscar e lubrificar”.

Safady admitiu que o uso de umidificadores em casa ou no trabalho pode ser útil durante o inverno, aumentando a umidade do ar e melhorando os sintomas da síndrome. Em relação ao uso de óculos escuros durante o inverno, disse que não há contraindicação. Os óculos protegem mais mecanicamente contra vento ou poeira, mas não proporcionam nenhuma vantagem terapêutica. A pessoa pode usar óculos escuros se a incidência de luz incomodar.

Agência Brasil

Notícias

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem Flávia Vidigal e Priscylla Castelar de Novaes de Chiara O STJ mudou seu entendimento sobre a penhorabilidade de imóveis alienados fiduciariamente em execuções de despesas condominiais, reconhecendo a possibilidade de penhorar o bem,...

Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural

Impenhorabilidade Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural STJ decidiu que, para impenhorabilidade, apenas a área produtiva de pequenas propriedades rurais deve ser considerada, excluindo-se a área de preservação ambiental. Decisão baseou-se em assegurar que...

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós 20/07/2021 Prova de existência de filhos não é suficiente. A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve decisão do juiz Seung Chul Kim, da 1ª Vara Cível de Cotia, que negou pedido de registro tardio de...

Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país

Reprodução assistida Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país Recente decisão do STJ, reconhecendo dupla maternidade em caso de inseminação caseira, denota a urgência do tema. Da Redação segunda-feira, 4 de novembro de 2024 Atualizado às 09:56 Registrar o...