Sistema do CNJ permite mais de 100 videoconferências ao mês

Cejusc de Patos de Minas realiza audiência à distância. FOTO: TJMG

Sistema do CNJ permite mais de 100 videoconferências ao mês

20/11/2018 - 07h44

Chamadas de vídeo são cada vez mais usadas para comunicação entre os tribunais brasileiros. Eles dispõem do Sistema Nacional de Videoconferência (SNV), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 27 de outubro de 2015. De lá para cá, o total de conexões pelo canal, em alta há três anos, chegou a 3847 — média superior a 100 ao mês.

Nos últimos 12 meses, as chamadas cresceram 45%. O total de 1394 nos dez primeiros meses de 2018, por exemplo, já passa o de todo o ano passado, de 1223. O uso do sistema, contudo, supera o saldo de transmissões. Isso porque cada conexão ocorre a partir da criação de uma sala virtual, que pode ser usada várias vezes.

O Provimento 75, da Corregedoria Nacional de Justiça, impulsionou a adesão ao sistema. Editada em 11 de setembro, a norma prevê que toda unidade jurisdicional — à exceção do Supremo Tribunal Federal — instale o aparato necessário a chamadas de vídeo, como webcam e microfone. No mês seguinte, foi registrado o recorde de uso: 297 conexões.

Em Apiacás, extremo norte do Mato Grosso, o uso do canal virou rotina. Distante 953 quilômetros de Cuiabá, o município em forma de triângulo fica na divisa de seu estado com o Pará e com o Amazonas. "Se funciona aqui, dá certo em qualquer lugar do mundo. É muito isolado, nem asfalto tem", diz Andréia Parreira, assessora de gabinete do juiz da comarca.

O titular da vara única de Apiacás acumula a jurisdição com a de Alta Floresta, separadas por 178 quilômetros. "Fazemos de duas a três reuniões por semana para alinhar o trabalho. Cada uma evita a viagem de três horas e meia", afirma a servidora. "Também atendemos advogados e pedidos de conciliação. Facilita muito por permitir enviar documentos. A pessoa vê na hora."

Antes do SNV, juízes de São Luís (MA) precisavam deixar a sala de audiências para fazer chamadas de vídeo. "Por serem caros, temos só dois equipamentos, que ficam no mesmo local. Mas, com a opção do CNJ, podemos usar qualquer notebook com webcam", diz Carlos Oliveira, analista de sistemas do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Em abril, por exemplo, o sistema do CNJ foi usado para resolver a guarda e pensão de uma garota de 12 anos cuja mãe mora em São Luís e o pai em Patos de Minas (MG). As partes chegaram a acordo em audiência por vídeo, com suporte dos centros de conciliação das respectivas cidades, distantes 2,4 mil quilômetros uma da outra.

A opção do CNJ dá segurança ao processo, segundo Oliveira. "Quando usamos uma solução paga, mesmo em nuvem, o servidor da empresa guarda os dados da audiência. Embora o sistema do conselho não grave, toda a conversa passa por um servidor do órgão, o que nos traz conforto."

Ser totalmente web, o que dispensa outros programas além do próprio navegador, amplia o acesso ao canal, segundo Bráulio Gusmão, juiz auxiliar da presidência do CNJ à frente de projetos do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI). "O sistema está em evolução constante e a gravação da videoconferência é uma prioridade", afirmou.

Isaías Monteiro
Agência CNJ de Notícias

 

 

Notícias

Falta de prova de constituição em mora impede expropriação de imóvel

LEILÃO CANCELADO Falta de prova de constituição em mora impede expropriação de imóvel Paulo Batistella 20 de agosto de 2024, 9h53 A cliente alegou que o banco credor no caso se negou a receber o valor relativo à dívida dela sob o argumento de que a consolidação da propriedade já estava em...

STJ: Credor que assume dívida de recuperanda não tem prioridade

Sub-rogação STJ: Credor que assume dívida de recuperanda não tem prioridade Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva ressaltou que sub-rogação não confere direitos adicionais, mantendo o crédito vinculado ao contrato original. Da Redação sexta-feira, 16 de agosto de 2024 Atualizado às 13:56 Credores que...

Caso julgado pelo TJ-SP suscita debate sobre herança de bens digitais

Opinião Caso julgado pelo TJ-SP suscita debate sobre herança de bens digitais Marcelo Frullani Lopes 19 de agosto de 2024, 17h18 Como a legislação atual brasileira não trata especificamente da transmissão desses bens por herança, o Poder Judiciário foi convocado, em diversas ocasiões, a decidir o...

TJ/SP manda desvincular débitos anteriores à arrematação de imóvel

Hasta pública TJ/SP manda desvincular débitos anteriores à arrematação de imóvel Para colegiado, a manutenção dos débitos no cadastro do imóvel contraria o princípio da legalidade e poderia inviabilizar a venda do bem. Da Redação domingo, 18 de agosto de 2024 Atualizado em 16 de agosto de 2024...

TJ-MG nega agravo e confirma pensão alimentícia a ser paga por neta a avó

Obrigação solidária TJ-MG nega agravo e confirma pensão alimentícia a ser paga por neta a avó Eduardo Velozo Fuccia 19 de agosto de 2024, 7h31 “Por se tratar de obrigação solidária, pode a agravada, pessoa idosa, optar entre os prestadores, razão pela qual não se faz obrigatória a inclusão dos...

Uso exclusivo de imóvel em comum exige pagamento de aluguel

inquilino incomum Uso exclusivo de imóvel em comum exige pagamento de aluguel 16 de agosto de 2024, 8h24 O autor da ação alegou que, desde o divórcio, o ex-marido vem usando o imóvel de forma exclusiva, sem pagar aluguel ou as cotas condominiais. Prossiga em Consultor Jurídico      ...