CPLP quer aprofundar debate sobre segurança na internet

CPLP quer aprofundar debate sobre segurança na internet

19/07/2013 - 7h30
Internacional
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) quer aprofundar o debate sobre segurança de dados e preservação da privacidade dos cidadãos na internet. A iniciativa ocorre no momento em que o Brasil e vários países cobram dos Estados Unidos explicações sobre as denúncias de espionagem das agências norte-americanas a informações de cidadãos no ciberespaço e também na telefonia.

Uma das ideias é que no âmbito da CPLP sejam coordenadas ações em foros internações em favor da definição de regras claras para a governança e segurança cibernética. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e chanceleres dos demais sete países que compõem a comunidade analisaram a proposta ontem (18) durante a 18ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP. Na reunião, Patriota ressaltou a necessidade de respeito à soberania e à privacidade.

Patriota estava em Maputo, em Moçambique, onde ocorreu a reunião. A CPLP é formada pelo Brasil, por Portugal, Angola, Cabo Verde, a Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, além do Timor Leste. Os chanceleres debateram o tema "Os Novos Paradigmas e o Futuro da CPLP na Era da Globalização".

Porém, a questão da espionagem veio à tona no momento em que o ex-consultor norte-americano Edward Snowden denunciou a existência de um esquema de monitoramento, por agências dos Estados Unidos, a cidadãos do seu país e também no exterior. No caso do Brasil, o jornal O Globo, baseado em informações de Snowden, informou houve um escritório em Brasília para coordenar as ações.

O governo brasileiro pediu informações aos Estados Unidos sobre as denúncias. O embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, foi chamado a prestar esclarecimentos e negou as informações, mas se comprometeu a analisar os dados por meio de uma comissão de peritos. Houve, ainda, denúncias envolvendo suspeitas de espionagem na Colômbia, Argentina, Venezuela e Bolívia, entre outros países latino-americanos.

Além disso, ontem durante a reunião da CPLP os chanceleres decidiram que será designado um representante especial da comunidade para acompanhar as eleições e a situação na Guiné-Bissau (África), país que foi alvo de um golpe de Estado em 2012 e, em novembro, escolherá novo presidente e parlamentares.

Nos 17 anos de existência, a CPLP intensificou a articulação política entre os países do bloco, o que resultou em ações concretas de cooperação em áreas como saúde pública, agricultura e formação profissional. O fluxo comercial do Brasil com os países da CPLP cresceu mais de cinco vezes de 1996 a 2012, passando de US$ 740 milhões a US$ 4 bilhões.
 

Edição: Talita Cavalcante

Agência Brasil

Notícias

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou Novo sistema dos cartórios permite aos juízes escolher os bens de acordo com o valor para serem bloqueados, cobrindo apenas o valor da dívida Anna França 30/01/2025 15h00 • Atualizado 5 dias atrás O avanço da digitalização dos...

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...