Encontro da corregedoria de MG aborda aspectos práticos do Judiciário

Encontro da corregedoria de MG aborda aspectos práticos do Judiciário

04/05/2012 - 00h00

Os 11º Encontro da Corregedoria (Encor) do Judiciário de Minas Gerais, realizado recentemente, teve como destaque o relato, pelos participantes, de aspectos práticos relacionados a diversos temas de interesse dos juízes. A coordenadora da Coordenadoria da Infância e Juventude (Coinj) Ana Denise Moreira Daher, uma das palestrantes, abordou a necessidade de alimentação e manutenção atualizada dos Cadastros Nacionais da Infância e da Juventude, que incluem o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), o Cadastro de Crianças e Adolescentes acolhidos (CNCAA) e o Cadastro Nacional dos Adolescentes em Conflitos com a Lei (CNACL).

Ana Denise frisou que, embora exista certa resistência ao preenchimento dos cadastros, essa medida é importante e implica economia de tempo a médio prazo. A coordenadora defendeu que o caos instalado no Judiciário e o aumento progressivo do volume de trabalho dizem respeito também ao esgotamento dos mecanismos processuais e jurídicos do século XIX. “Como afirma o juiz Marco Antônio Feital Leite, é preciso adotar outro perfil de juiz, que tenha comportamento proativo e seja capaz de uma visão holística do drama humano”, destacou.

Ana Denise finalizou fazendo um apelo aos magistrados para que valorizem os cadastros como forma de permitir a reintegração das crianças e jovens.

Processos administrativos – Em sua fala, a juíza auxiliar da Corregedoria Andréa Cristina de Miranda Costa e o chefe de gabinete do Corregedor Roberto Brant Rocha trataram de sindicâncias e processos administrativos disciplinares. Brant esclareceu que ambos têm função de prevenção e repressão de desvios e infrações pelos servidores públicos, mas a sindicância pode ser iniciada a partir de indícios, ao passo que o processo é posterior à verificação da irregularidade e nessa etapa o funcionário tem direito à defesa e ao contraditório.

O chefe de gabinete informou que um roteiro para instauração de processo administrativo disciplinar estará em breve na página da Corregedoria, no Portal TJMG. Tratou também da Resolução 651/2010 da Corregedoria, encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e que padroniza, unifica e simplifica procedimentos.

Já a juíza Andréa de Miranda Costa relatou, numa troca de experiências, casos vistos em comarcas do interior. Para a magistrada, são imprescindíveis sensibilidade e rigor para evitar o sentimento de impunidade.

“Já fui servidora e sei que a realidade do cartório é desgastante. Há problemas como o assédio moral. Mas é necessário limpar e organizar a casa”, afirmou. Ela contou que um servidor alcóolatra se submeteu a fazer um tratamento graças ao diálogo e o processo administrativo foi suspenso. Para reduzir o constrangimento de, numa comarca pequena, alguém ter de depor contra um colega de trabalho, ela sugeriu buscar na comarca vizinha servidores que possam compor a comissão processante ou sindicante.

Segurança – A destinação de armas, munições e bens apreendidos foi o tema da palestra do juiz auxiliar da Corregedoria Cássio Azevedo Fontenelle, a qual teve como debatedor o diretor do foro da comarca de Itajubá, juiz Willys Vilas Boas. Ambos enfatizaram a necessidade de um controle rigoroso de tudo o que fica armazenado nos fóruns, evitando a deterioração e o desperdício, bem como o acúmulo de materiais que ponham em risco a segurança de magistrados, servidores e jurisdicionados.

Cássio Azevedo Fontenelle abordou diversos atos normativos e regulamentações, propondo que os juízes utilizem as ferramentas de cadastro, apesar da sobrecarga de trabalho que isso pode significar, como forma de evitar assaltos a fóruns e também, no caso da doação de bens apreendidos (contrafações de tênis e de rótulos de leite em pó, por exemplo), alcançando uma finalidade social.

Essa criatividade também ficou evidente na proposta de Villas Boas, para quem a realização de fotos tridimensionais das armas seria suficiente e permitiria o imediato desse equipamento ao exército ou às autoridades policiais.

Segurança Institucional – Já o desembargador Luiz Audebert Delage Filho, atualmente vice-corregedor-geral de Justiça e presidente do Centro de Segurança Institucional (Cesi), apresentou o órgão, desde o seu surgimento e elaboração até a proposta de expandir o modelo para todo o país.

O magistrado, que foi eleito, em 23 de abril, corregedor-geral de Justiça, recordou que a preocupação com segurança é recente, devido ao progressivo descaso e desrespeito com as instituições. Ele recordou casos de assassinatos de magistrados que alertaram a comunidade jurídica para o perigo a que a magistratura está exposta.

Tratando das diversas situações que ameaçam a integridade física dos magistrados e servidores e das circunstâncias que tornam o Judiciário vulnerável a ataques, o desembargador explicou a composição do Cesi, que tem uma parceria com a Polícia Militar, explicou a atuação e as competências do órgão, bem como os atos normativos a ele relacionados.

 

Do TJMG
Extraído de CNJ

Notícias

A prova da morte e a certidão de óbito

A PROVA DA MORTE E A CERTIDÃO DE ÓBITO José Hildor Leal Categoria: Notarial Postado em 18/02/2011 10:42:17 Lendo a crônica "Um mundo de papel", do inigualável Rubem Braga, na qual o autor critica com singular sarcasmo a burocracia nas repartições públicas, relatando acerca de um suplente de...

Cópias sem autenticação inviabilizam mandado de segurança

Extraído de AnoregBR Cópias sem autenticação inviabilizam mandado de segurança Seg, 28 de Fevereiro de 2011 08:54 O objetivo era extinguir uma reclamação trabalhista com o mandado de segurança, mas, depois dos resultados negativos nas instâncias anteriores, as empregadoras também tiveram seu...

O mercado ilegal de produtos

27/02/2011 - 10h00 ESPECIAL Decisões judiciais imprimem mais rigor contra a pirataria “Receita continua a fiscalizar comércio irregular em São Paulo.” “Polícia estoura estúdio de pirataria e apreende 40 mil CDs e DVDS.” “Quadrilha tenta pagar propina de R$ 30 mil e é desarticulada.” Todas essas...

A idade mínima para ser juiz

  Juízes, idade mínima e reflexos nas decisões Por Vladimir Passos de Freitas A idade mínima para ser juiz e os reflexos no comportamento e nas decisões é tema tratado sem maior profundidade. As Constituições de 1824 e de 1891 não fixaram idade mínima para ser juiz. Todavia, o Decreto 848,...

Quando o anticoncepcional falha

Quando o anticoncepcional falha (25.02.11) O TJ de Santa Catarina decidiu que uma indústria Germed Farmacêutica Ltda. deve continuar pagando pensão de um salário mínimo mensal - mesmo enquanto apelação não é julgada - a uma mulher da cidade de Navegantes que teria engravidado apesar de utilizar...

Credores não habilitados

Extraído de AnoregBR Concordatária tem direito ao levantamento de valores que estão depositados à disposição de credores não habilitados Sex, 25 de Fevereiro de 2011 13:53 A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a empresa Ferragens Amadeo Scalabrin Ltda. tem direito ao...