Novo CP atrai interesse popular e gera debates entre juristas
05/09/2012 14:11
04/09/2012 - 20h28 Comissões - Código Penal - Atualizado em 04/09/2012 - 20h37
Novo Código Penal atrai interesse popular e gera debates entre juristas
José Paulo Tupynambá
A atenção com que a sociedade brasileira acompanha a revisão do Código Penal foi destacada nesta terça-feira (4) pelo presidente da comissão que analisa o Projeto de Lei do Senado (PLS) 236/2012, que trata do assunto. Na abertura da audiência pública que ouviu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) citou dados da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, segundo os quais, apenas em agosto o serviço Alô Senado recebeu 6.804 manifestações sobre os diversos assuntos em discussão.
Ainda na abertura, o relator da comissão, senador Pedro Taques (PDT-MT), afirmou a importância de se ouvir o ministro da Justiça, já que o novo Código Penal “não pode ser apenas de senadores ou juristas, mas de toda a sociedade brasileira”. Lembrou que o projeto agora em análise, elaborado por um grupo de juristas, também tem defeitos, que devem ser debatidos e, se possível, consertados e aprimorados.
- Na democracia, as críticas são bem-vindas – afirmou Pedro Taques.
O relator refutou, porém, críticas do jurista Miguel Reale Júnior publicadas pela imprensa. Para ele, o jurista manifestou “empáfia e falta de respeito” com os colegas que elaboraram o anteprojeto.
De acordo com Pedro Taques, nas críticas, Miguel Reale Júnior diz que os juristas que elaboraram o anteprojeto “não estudaram o suficiente” e diz que o projeto, “verdadeira obscenidade”, não tem conserto. O jurista também afirma que o projeto foi “feito com a presença de jornalistas e só para jornalistas”.
- A comissão especial que redigiu a parte geral do Código Penal, da qual o professor doutor Miguel Reale fazia parte, de 1980 a 1984, na época da ditadura, com certeza fez o Código a portas fechadas. Este, estamos debatendo a portas abertas. Possui erros, sim, e cabe aos deputados e senadores, que têm a legitimidade do voto, debaterem e ouvirem a sociedade. Não vamos deixar de debater – rebateu o senador por Mato Grosso.
Agência Senado