Professor reconhece fragilidade em regras de recomposição de APPs

27/06/2012 18:39

Professor reconhece fragilidade em regras de recomposição de APPs

Leonardo Prado
João de Deus Medeiros - Professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina
Medeiros: o cumprimento da MP permitirá a recuperação de 12 milhões de ha de vegetação no entorno de rios.

O professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina João de Deus Medeiros reconheceu existir fragilidade técnica na flexibilização das regras de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em pequenas propriedades. Estas determinações estão previstas na Medida Provisória 571/12, que altera o novo Código Florestal (Lei 12.651/12). Medeiros participou de audiência pública sobre o assunto nesta quarta-feira na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

O especialista admitiu, no entanto, que o novo Código e a MP que o altera trazem avanços. "A flexibilização para pequenas propriedades não tem embasamento técnico robusto, mas considerando o contexto e a distribuição dos rios e cursos d`água pelos imóveis rurais do País, as regras são razoáveis", defendeu.

"Tecnicamente, é sabido que uma faixa de proteção ao longo de um rio com cinco metros não cumpre com eficácia desejada as funções da zona ripária (espaço tridimensional que contêm vegetação, solo e rio). No entanto, da maneira como ficou o escalonamento, o impacto é administrável, já que esta categoria de imóvel de 1 a 2 módulos fiscais representa um número muito grande de imóveis, mas ocupa área pequena. Ao aumentar a exigência de 15 para 30 metros nos imóveis maiores, do ponto de vista ambiental, temos uma compensação."

Segundo o professor, o cumprimento das regras previstas pela MP 571 vai permitir a recuperação de até 12 milhões de hectares de vegetação no entorno dos rios, quase o dobro do que se conseguiu reflorestar no Brasil desde a década de 50. De acordo com João de Deus Medeiros, 75% dos cursos d`água no Brasil estão concentrados em médias e grandes propriedades.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Ana Raquel Macedo
Edição – Regina Céli Assumpção

Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada

Derrota dos estados Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada 30 de outubro de 2024, 21h22 A rejeição do Congresso Nacional em dispor no texto da lei sobre a incidência do ITCMD nos planos de VGBL é um bom indicativo de que a pretensão dos estados não deve ser...

Consequências da venda de lote desprovido de registro

Opinião Consequências da venda de lote desprovido de registro Gleydson K. L. Oliveira 28 de outubro de 2024, 9h24 Neste contexto, o Superior Tribunal de Justiça tem posição pacífica de que o contrato de compromisso de compra e venda de imóvel loteado sem o devido registro do loteamento é nulo de...