Especialistas defendem mudanças na formação de professores para melhorar ensino

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
06/12/2016 - 15h39

Especialistas defendem mudanças na formação de professores para melhorar ensino

Tema foi discutido em seminário internacional promovido pela Comissão de Educação e pela frente parlamentar ligada ao setor

Alternativas para melhorar a formação de professores e tornar a carreira mais atrativa foram discutidas em seminário internacional sobre o tema promovido, nesta terça-feira (6), na Câmara dos Deputados.

 
Billy Boss - Câmara dos Deputados
Seminário Internacional de Educação. Dep. Alex Canziani (PTB-PR)
Alex Canziani: baixo salário e falta de atratividade da carreira ajudam a explicar pequena procura pelos cursos de pedagogia

O presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), lamentou os resultados deste ano do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostram uma queda de pontuação nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. Conforme os dados divulgados hoje, o Brasil também caiu no ranking mundial e ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A prova é coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e foi aplicada em 70 países.

Para Canziani, os resultados mostram a necessidade de mudanças, principalmente na formação dos professores. “Quando a gente pega o curso de pedagogia, que está entre os menos concorridos, sem dúvida alguma a falta de atratividade da carreira e o baixo salário têm um papel importante nisso”, afirmou. “Precisamos estar em alerta para o tipo de profissional que devemos ter para vencermos os desafios do século XXI."

Prática 
Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Soares da Silva, informou que o MEC está atento às universidades particulares, responsáveis pela formação de mais de 80% dos professores do País.

"Há, muitas vezes, uma distância muito grande entre o que o professor aprende na faculdade e o que ele vai realmente poder usar na sala de aula. A gente precisa trazer a prática para a formação do docente, que isso seja um norte”, apontou.

Jovens
Presidente do Conselho Nacional de Educação, Eduardo Deschamps destacou a importância de atrair a atenção dos jovens para vida docente. “É necessário criar uma espécie de carreira inicial, fazer com que o estudante se sinta desde o ensino médio interessado em dar aula”, sugeriu
.

 
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Audiência Pública. Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação - MEC, Rossieli Soares da Silva
Rossieli Soares da Silva: há uma distância grande entre o que o professor aprende na faculdade e o que ele vai realmente poder usar na sala de aula

Deschamps também citou a grande evasão nos cursos de licenciatura como entrave a ser vencido. “Não dá mais para imaginar que um simples concurso de ingresso na carreira ou no quadro docente das secretarias estaduais e municipais seja suficiente para a gente poder suprir o mercado. Teremos de criar mecanismos novos, de valorização desse profissional”, argumentou.

Didática
Presidente-executiva do Movimento "Todos pela Educação", Priscila Cruz propôs que a reforma do ensino médio inclua, entre as áreas temáticas que serão oferecidas aos alunos, a formação em educação como meio de incentivar o interesse dos jovens pelos cursos de licenciatura.

Ela ressaltou ainda que faltam especialistas em didática no Brasil e pediu mais incentivos a pesquisas, especialmente na área de alfabetização.

Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Marcelo Oliveira
Agência Câmara Notícias
 
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06/12/2016 - 21h52

Brasil precisa de escolas conectadas para melhorar qualidade da educação, dizem especialistas

Dados apresentados em audiência mostram que acesso é concentrado nas áreas urbanas do Sul e Sudeste

 
Divulgação/Prefeitura de Itaituba (PA)
Comunicação - Internet - Alunos usando computador
Um dos problemas apontados na audiência foi a baixa velocidade da conexão à internet nas escolas

O Brasil precisa garantir o acesso das escolas à internet como forma de melhorar a educação e dar igualdade de oportunidades a todos os estudantes. A opinião foi unânime entre os participantes de audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, nesta terça-feira  (6).

A audiência foi solicitada pelo deputado JHC  para debater projeto (PL 4851/16), que trata da avaliação e monitoramento das políticas públicas destinadas à ampliação do acesso à internet, entre elas o Plano Nacional de Banda Larga. O deputado é relator do projeto na comissão.

Américo Bernardes, do Departamento de Inclusão Digital da Secretaria de Telecomunicações do Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmou que, apesar de haver muitas escolas conectadas, a velocidade é baixa.

A meta do governo é atingir os 30 milhões de alunos matriculados nas escolas públicas no ensino fundamental e médio até o ano de 2021, mas o País está longe dos números ideais.

Concentração 
O representante do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Fábio Senne, apresentou dados de pesquisa realizada em 2015 que apontou que apenas 51% dos domicílios possuem alguma forma de acesso à rede.

O problema é que o acesso está concentrado nas áreas urbanas do Sul e Sudeste. A situação é pior nas regiões Norte e Nordeste e em áreas mais pobres, como explicou Senne. O fato mais preocupante é  que 3, 6 milhões de jovens jamais acessaram a internet.

"Na área rural, só temos 22% dos domicílios com alguma conexão, que pode ser, inclusive, um celular. Não estamos necessariamente falando de internet fixa aqui. Então, há um desafio de inclusão muito grande, especialmente nessa área. E se olharmos a diferença das classes D e E para a classe A, também temos uma diferença abissal”, informou.

Desigualdades
A diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), Lúcia Dellagnelo, afirmou que não faz mais sentido pensar em uma política única sem levar em conta as diferenças em infraestrutura em estados e municípios
.

 
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o PL 1407/15, que dispõe sobre a prestação do serviço de telefonia móvel em regime público. Dep. Vitor Lippi (PSDB-SP)
Vitror Lippi: futuro complicado na educação

Segundo ela, esse é o momento ideal para implementar uma política mais ampla do uso de tecnologia na educação. "Estados e municípios querem ter um papel proativo no desenho dessa nova política nacional”.

Para a diretora-executiva do Instituto Inspirare, Anna Penido, é fundamental garantir a qualidade do ensino, a contemporaneidade e a equidade, ou seja, garantir a igualdade de oportunidades para todos os estudantes.

O diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, Ronaldo Lemos, disse que a falta de acesso a tecnologias se reflete em casos como o péssimo resultado do Brasil na prova Pisa, que avalia os conhecimentos de alunos de vários países em matemática, leitura e ciências. 

Política de Estado
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) também concordou que o acesso à internet nas escolas tem que ser feito por meio de uma política de Estado, articulada com estados e municípios.

“Quando não conseguimos levar essa tecnologia para as escolas, e a escola também, infelizmente, não tem conseguido dar a qualidade no ensino que nós esperamos, acho que nosso futuro está complicado".

Lippi cobrou ainda a capacitação de professores dentro de um método de ensino ligado à tecnologia e que seja capaz de motivar os alunos.

Reportagem - Mônica Thaty
Edição - Rosalva Nunes
Agência Câmara Notícias
 
 
 

 

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