Brasil quer aumentar taxa de doadores de sangue

O ministro Arthur Chioro participa de cerimônia em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue e da abertura do encontro de troca de experiências entre países das Américas  José Cruz/Agência Brasil

Brasil quer aumentar taxa de doadores voluntários de sangue

16/06/2015 12h46  Brasília
Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil  Edição: Denise Griesinger

Em meio às comemorações do Dia Mundial do Doador de Sangue, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse hoje (15) que o Brasil quer ampliar a taxa de doadores voluntários, atualmente em 1,8% da população entre 16 e 69 anos, para 3% dos brasileiros aptos a doar.

Entre 2013 e 2014, houve aumento de 4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Já as transfusões de sangue aumentaram 6,8% no período. Em 2013, foram feitas 3 milhões de transfusões de sangue no Brasil, sendo que em 2014 foram 3,3 milhões de procedimentos.

De acordo com Chioro, o Brasil já atende aos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao percentual de doadores voluntários e é uma referencia mundial no tema, mas a ampliação do universo de doadores, permanentes ou fidelizados, que doam regularmente vai permitir ao país ter estoques para situações de emergências e hemoderivados de melhor qualidade.

“O ideal é que tenhamos um grupo de brasileiros que compreendam a importância da doação, porque daí a taxa de utilização é muito maior. Ainda que todas as vezes o sangue seja testado, o descarte acaba sendo bem menor quando o doador é fidelizado. Se aproveita muito mais, se tem autossuficiência e segurança”, explicou o ministro.

Para lembrar o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, a Organização Pan Americana da Saúde (Opas) escolheu o Brasil para sediar um encontro entre os países da América Latina, Caribe e África para debater avanços nas ações e o fortalecimento da doação voluntária de sangue como estratégia para a autossuficiência de componentes e derivados do sangue. O encontro termina amanhã (17) e estarão presentes na solenidade representantes da Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, República Dominicana, Honduras, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

“Temos que considerar que além da população viver mais, ter mais câncer, mais doenças que precisam de tratamento cirúrgico ou da reposição de sangue, temos o problema dos acidentes. Temos ainda a possibilidade da ocorrência de catástrofes que necessitam de uma mobilização muito rápida para uma quantidade de sangue. É decisivo aproveitar esse dia mundial de mobilização dos doadores de sangue para conclamar cada brasileiro para doar vida e ser um doar de sangue”, reforçou Chioro.

No encontro, o Brasil defenderá a proibição da comercialização de sangue e a doação remunerada. Para o ministro da Saúde, oferecer recompensa em troca da doação de sangue é um risco para o sistema. De acordo com o Ministério da Saúde, somente 12 dos 42 países das Américas adotam política de 100% de doações voluntárias, como ocorre no Brasil.

“Temos defendido fortemente nos fóruns internacionais que não se deve abrir a possibilidade da comercialização do sangue. Sangue tem que ser como está na nossa Constituição: uma doação voluntária, não remunerada, um gesto de amor e de solidariedade. A gente já viveu isso no passado [pagamento pela doação] e viu o tamanho do desastre que isso significou”, disse Chioro.  

Doadora de sangue há mais de dez anos, Erilânia Cardozo, recebeu hoje um prêmio da Opas e do Ministério da Saúde como a jovem que mais doou sangue na Região Nordeste no ano passado. Ela ressaltou a necessidade de a população se dispor a prestar um ato de amor ao próximo. “A gente deve se livrar das amarras de fazer as coisas somente quando formos receber algo em troca", disse.

Agência Brasil

 

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