Código Penal demanda ajustes para enfrentar vandalismo, defende membro do CNJ

Guilherme Calmon teme que tratar corrupção como crime hediondo tenha “um efeito contrário” ao pretendido 

29/04/2014 - 14h39 Comissões - Constituição e Justiça - Atualizado em 29/04/2014 - 14h39

Código Penal demanda ajustes para enfrentar vandalismo, defende membro do CNJ

Simone Franco

Após defender ajustes do novo Código Penal às mudanças sociais, econômicas e políticas em curso, o juiz Guilherme Calmon Nogueira da Gama, membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reconheceu a incapacidade do atual sistema de justiça penal para lidar com excessos registrados em recentes protestos de rua pelo país. A repressão a atos de vandalismos nessas manifestações é objeto de projeto de lei - PLS 508/2013, do senador Armando Monteiro (PTB-PE) - em pauta para votação nesta quarta-feira (30), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

- É preciso garantir que essas manifestações ocorram de forma pacífica, o que não vem ocorrendo. Há uma zona de equilíbrio que precisa ser alcançada para atuar preventivamente no que tange a esses abusos – recomendou Calmon nesta terça-feira, durante audiência pública da CCJ para instruir a votação do projeto de reforma do Código Penal (PLS 236/2012).

O conselheiro do CNJ considerou adequado o tratamento dado à questão no substitutivo ao PLS 236/2012, elaborado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) para a comissão especial do Código Penal. Taques também é relator do PLS 508/2013, que altera o Código Penal para estabelecer como circunstância agravante de pena o uso de máscara, capacete ou qualquer utensílio que dificulte a identificação de quem praticar atos de vandalismo em manifestações públicas.

Inflação legislativa

Apesar de elogiar o enfoque sobre a violência em protestos de rua, Calmon fez críticas a outros pontos do substitutivo ao PLS 236/2012, que tem o senador Vital do Rego (PMDB-PB) como relator na Comissão de Justiça. O conselheiro discordou, por exemplo, da inclusão das práticas de corrupção ativa e passiva e peculato no rol de crimes hediondos.

- Na ânsia de abarcar o maior número de condutas como crime, pode-se estar deslegitimando o sistema de justiça penal. Faço um apelo ao Senado para ter cautela quanto ao fenômeno da inflação legislativa, gerando uma quase banalização na área do Direito Penal, que, em vez de proteger e tutelar, poderá ter um efeito contrário – advertiu Calmon.

Depois de expressar sintonia com os argumentos dos senadores do PT Eduardo Suplicy (SP) e Ana Rita (ES) em favor da aplicação de penas alternativas a crimes menos graves, como furto, o representante do CNJ pediu maior rigor, no entanto, na punição a delitos com maior potencial ofensivo, como tráfico de pessoas e crimes cibernéticos. Quanto a essas duas práticas, cogitou inclusive de tratá-las em lei penal específica, como forma de acelerar a sua repressão.

 

Agência Senado

 

Notícias

Procuração sem identificação de quem a assina é considerada inválida

Extraído de DireitoNet Procuração sem identificação de quem a assina é considerada inválida 16/mai/2011 Fonte: TST - Tribunal Superior do Trabalho  Não cabe ao magistrado examinar contrato social e ata de audiência para conferir se a assinatura da procuração é do sócio proprietário da empresa....

Condomínio não pode propor ação de reparação por danos morais a condôminos

16/05/2011 - 09h04 DECISÃO Condomínio não pode propor ação de reparação por danos morais a condôminos O condomínio não possui legitimidade para postular em juízo reparação por danos morais sofridos pelos condôminos. A decisão é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proveu,...

Sem proteção

  Por que departamento jurídico deve ser inviolável Por Gabriela Rocha   O departamento jurídico das empresas tem a mesma inviolabilidade dos escritórios? Qual a definição de local de trabalho? Em que hipóteses a comunicação entre o advogado e seu cliente é protegida? Quais os limites e...

Teste da advocacia

  "Exame de Ordem destrói famílias" Por Rodrigo Haidar   Ildecler Ponce de Leão, presidente de um tal de Movimento Democrático Estudantil (MDE), se sentou à bancada de uma das salas da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (12/5), para discutir a obrigatoriedade do Exame de Ordem. Foi...

É impossível sequestro sobre bem de família

13/05/2011 - 09h19 DECISÃO É impossível sequestro sobre bem de família Não é possível o sequestro de bens que não podem ser, ao fim, expropriados. O entendimento, da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou a possibilidade de incidência de sequestro sobre bem de família. O...

Devolução de cheque ao devedor, e não ao credor, gera indenização

12/05/2011 - 09h09 DECISÃO Devolução de cheque ao devedor, e não ao credor, gera indenização A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação do Banco do Brasil a indenizar por danos morais, no valor de R$ 10 mil, a Associação Comunitária de Laginha, no estado da Paraíba,...