Empresas telefônicas culpam leis municipais pela má cobertura

17/04/2012 20:15

Empresas culpam burocracia e leis municipais pela má cobertura dos celulares

Gustavo Lima
Roberto Pinto Martins (superintendente de Serviços Publicos da ANATEL), Bruno Ramos (superintedente de Serviços Privados da ANATEL),  dep. Edmar Arruda (presidente), Carlos Duprat, (diretor executivo do SindiTelebrasil)
Deputados da Comissão de Fiscalização Financeira discutiram em audiência a má qualidade dos serviços de telefonia.

As empresas telefônicas culpam a burocracia e as leis municipais que impedem a instalação de antenas pela má cobertura do serviço de telefonia móvel. A cobertura é a segunda reclamação mais frequente entre os usuários do serviço nos órgãos de defesa do consumidor.

Representantes das empresas Oi, Tim, Vivo e Nextel participaram de audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta terça-feira, que discutiu a má operação dos sistemas de telefonia fixa e móvel.

Carlos Duprat, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), que reúne as empresas do setor, afirmou que as Teles investiram R$ 21,7 bilhões na melhoria do serviço, só no ano passado. O valor é o segundo maior desde a privatização do setor.

Mudar a legislação
Além de investimentos, no entanto, Duprat disse que é preciso alterar a legislação para a instalação de antenas, hoje de responsabilidade dos municípios. "A qualidade do serviço hoje é diretamente proporcional ao número de antenas. Nós precisamos instalar muito mais antenas do que temos hoje.”

Segundo ele, para a aprovação da licença de uma antena, no Rio, é necessário um ano e, em Brasília, oito meses. “A gente precisa instalar milhares. Então muitas vezes não é questão de falta de investimento, mas acelerar. Todos tem que fazer parte desse esforço. Temos como empecilho a legislação e a burocracia. A burocracia de licenciamento também é muito grande."

O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, deputado Edmar Arruda (PSC-PR), atendeu ao apelo das empresas e se comprometeu a propor uma lei federal sobre o tema. "Não dá para nós consumidores cobrarmos uma solução de sinal do telefone e não permitir que se coloquem antenas; não há tecnologia que resolva isso neste momento. Acho que o Congresso pode dar uma resposta e ajudar a população brasileira normatizando e regulamentando essa questão de distância, onde pode e onde não pode colocar as antenas."

Cobranças indevidas
Edmar Arruda lembrou, no entanto, que a principal queixa dos consumidores é por cobranças indevidas na conta telefônica. Ele cobrou providências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, informou que um novo regulamento para o Serviço Móvel Pessoal será proposto, simplificando as informações para o consumidor. "A ideia é que nós simplifiquemos os planos de serviço de forma que permita às pessoas um melhor entendimento do processo, ao contratarem algum plano, que hoje talvez elas não entendam muito bem, e isso gera uma reclamação na conta. Então, a ideia é simplificar a oferta, fazer com que ela seja muito bem esclarecida, fazendo então com que as reclamações com relação a essas ofertas diminuam e desta forma diminuam as reclamações com relação à cobrança também."

A Anatel também informou que um novo regulamento de qualidade, que levará em conta a opinião do consumidor na avaliação da empresa, entrará em vigor no fim deste ano.

Reportagem – Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo - Foto: Gustavo Lima

Agência Câmara de Notícias
 


 

Notícias

Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo

Extraído de Veredictum Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo by Max De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, o pedido de concessão do benefício da justiça gratuita pode ser feito pela parte a qualquer momento ou grau de jurisdição. Quando for solicitado...

Trabalhador retirou-se da audiência porque calçava chinelos de dedos

  Indenização para trabalhador que, calçando chinelos, foi barrado em audiência (04.03.11) Um dia depois da matéria de ontem (3) do Espaço Vital sobre exigências formais (gravata, paletó e calçados) para participar de atos judiciais, surge a notícia de que a União foi condenada a reparar o...

Não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas

23/02/2011 - 14h21 STJ decide que é impossível reconhecer uniões estáveis paralelas A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu que não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas entre um funcionário público aposentado do Rio Grande do Sul e duas mulheres, com as quais manteve...

Imunidade profissional não é absoluta

03/03/2011 - 14h08 DECISÃO Advogado é condenado por calúnia e difamação contra colega Em mais um julgamento sobre excessos verbais cometidos por advogado no curso do processo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou seu entendimento de que a imunidade profissional prevista na Constituição...

Cirurgia essencial à sobrevida de segurado

03/03/2011 - 12h29 DECISÃO Unimed deve pagar despesas com cirurgia bariátrica de segurada com obesidade mórbida A gastroplastia (cirurgia bariátrica), indicada como tratamento para obesidade mórbida, longe de ser um procedimento estético ou mero tratamento emagrecedor, revela-se cirurgia...