Promotor de Justiça desenvolve projeto para melhor acessibilidade

XII Innovare - Projeto de acessibilidade - XII Prêmio Innovare. Foto: Marco Zaoboni

Promotor de Justiça desenvolve projeto para melhor acessibilidade em Osório

24/12/2015 - 10h22 

Em 2005, a partir das reclamações feitas por uma cidadã tetraplégica às condições de acessibilidade das calçadas, transporte público, ruas e vias de diversos estabelecimentos comerciais e públicos do município de Osório (RS), o promotor de Justiça Cível Luis Cesar Gonçalves Balaguez resolveu mudar o estado das coisas. Instaurou inquéritos civis para apurar as irregularidades e ingressou com ação civil pública contra o Estado do Rio Grande do Sul pedindo a garantia de acessibilidade para pessoas com deficiência nos prédios das escolas estaduais Prudente de Morais, Mirko Lauffer, General Osório, Maria Teresa Vilanova Castilhos e Idelfonso Simões Lopes, todas localizadas no município. O promotor teve sentença favorável em primeira instância, mas o Estado apelou da decisão e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reformou a sentença.

Sem desistir da ideia, Balaguez sugeriu a realização de acordos extrajudiciais com o Município de Osório e com a Companhia de Transportes Urbanos do município, para que fosse cumprida a legislação federal que regula a acessibilidade (Lei Nº 10.098/2000). Foram assinados quatro Termos de Ajustamento de Conduta (TACs).

A iniciativa de sucesso foi a vencedora na categoria Ministério Público da 12ª edição do Prêmio Innovare, que identifica, premia e dissemina práticas inovadoras realizadas por magistrados, membros do Ministério Público estadual e federal, defensores públicos e advogados públicos e privados de todo Brasil.

Histórico - A primeira providência do promotor Luis Cesar Balaguez foi criar um cronograma oficial com metas de adequações a serem atingidas, começando pelos prédios públicos (municipais, estaduais e da União).

Com aproximadamente 40 mil habitantes, Osório avançou rumo à 100% de acessibilidade graças ao acompanhamento das obras feito diretamente pela população e pelo Ministério Público local.

Conscientes das responsabilidades com a comunidade, proprietários de imóveis e agentes públicos passaram a perceber que é melhor atender aos preceitos básicos de acessibilidade a responder por suas omissões na Justiça.

Os resultados impressionam: em dois anos, os ônibus adaptados aos deficientes saltaram de zero para 100%; 30% dos prédios públicos passaram a oferecer condições plenas de acessibilidade e 50% das escolas públicas seguiram o mesmo caminho. Além disso, todas as agências bancárias do município estão em dia com as exigências legais, pois, com a iniciativa, toda e qualquer reforma ou obra pública nova realizada em Osório precisa apresentar um projeto de acessibilidade, conforme exige a lei federal. Por enquanto, a maior dificuldade encontrada tem sido em relação ao calçamento de estabelecimentos privados (comerciais e residenciais), mas muito se avançou.

Atualmente, 15 a 18% da população brasileira é composta de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Andréa Mesquita
Agência CNJ de Notícias

 

Notícias

Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa

Caso de divórcio Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa Homem alegou que se casou sem saber de problema psiquiátrico, mas juíza não viu requisitos do CC para anulação. Em vez disso, concedeu o divórcio. Da Redação segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 Atualizado às...

TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio

Cadê o dinheiro? TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio 4 de fevereiro de 2025, 19h12 Ao decidir, o desembargador entendeu que estavam presentes no caso os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil para a concessão de pedido liminar: probabilidade do direito e...

STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula

Doação inoficiosa STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula Relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou a necessidade de respeitar a legítima dos herdeiros. Da Redação terça-feira, 4 de fevereiro de 2025 Atualizado às 18:04 STJ declarou nula partilha em vida realizada...

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...