Juízes aprendem técnicas para inquirir adequadamente crianças vítimas de violência doméstica e abuso sexual

05/11/2013 - 16h38 ENFAM

Juízes aprendem técnicas para inquirir adequadamente crianças vítimas de violência doméstica e abuso sexual

Inquirir crianças e adolescentes sem reavivar as memórias de violência e abusos sexuais sofridos. O tema, caro aos juízes que lidam com casos de violência familiar, foi debatido durante oficina de trabalho do VII Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, realizada nesta segunda-feira (4).

O evento é promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) e tem como alunos juízes recém-empossados dos Tribunais de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e Santa Catarina (TJSC).

O tema “A inquirição de crianças e adolescentes em processos judiciais” foi coordenado pela juíza Cristiana Cordeiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), e pela promotora Danielle Martins, do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF).

Durante a oficina, a magistrada apresentou tópicos que envolvem a violência doméstica e os abusos sexuais, tais como o perfil do abusador, perfil da vítima, memória das vítimas, "criança mente?", efeitos e pedofilia. De acordo com a juíza, o número de meninos que sofrem violência sexual é próximo ao de meninas abusadas, chegando a 40% do total de vítimas. "Pelo fato de serem do sexo masculino, muitas vezes não denunciam os agressores”, disse.

Álibis

Já a promotora Danielle Martins ressaltou que a violência está “mascarada” com “álibis”, criados pela sociedade desde séculos passados para justificar o direito de posse sexual das vítimas.

“Existe uma construção social muito grande, nem sempre é doença. Já ouvi o caso de um pai que tirou a virgindade das sete filhas, como se fosse uma iniciação sexual. Há pais que levam meninos de 11 anos para bordéis”, disse ela.

Outro fator abordado pela promotora foi a aproximação entre vítima e agressor. Segundo ela, 80% dos casos de abuso sexual são cometidos dentro de casa por parentes como pais, tios ou avós.

Ao final da oficina, foi simulada uma audiência para exemplificar como os juízes podem interrogar as vítimas sem usar palavras fortes e sem revitimizar a criança ou adolescente. “O juiz deve sondar a criança, deixá-la confortável e fazer com que confie nele. Nunca vá direto ao ponto, faça perguntas subjetivas", explicou Cristina Cordeiro aos juízes participantes do curso.

 

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Notícias

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...

Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte?

Precaução Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte? Dueto póstumo envolvendo Marília Mendonça e Cristiano Araújo ilustra como instrumentos jurídicos podem preservar legado de artistas. Da Redação quinta-feira, 23 de janeiro de 2025 Atualizado às 15:07 A preservação do legado...

Imóveis irregulares: Saiba como podem ser incluídos no inventário

Imóveis irregulares: Saiba como podem ser incluídos no inventário Werner Damásio Descubra como bens imóveis sem escritura podem ser partilhados no inventário e quais os critérios para garantir os direitos dos herdeiros. domingo, 19 de janeiro de 2025 Atualizado em 16 de janeiro de 2025 10:52 A...

STJ julga usucapião de imóvel com registro em nome de terceiro

Adequação da via STJ julga usucapião de imóvel com registro em nome de terceiro Recurso visa reformar decisão de tribunal que extinguiu o processo por ausência de interesse de agir. Da Redação sexta-feira, 17 de janeiro de 2025 Atualizado às 17:23 A 4ª turma do STJ iniciou julgamento de ação de...

Divórcio é decretado antes da citação do cônjuge, que reside nos EUA

Divórcio é decretado antes da citação do cônjuge, que reside nos EUA 16/01/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM A Justiça do Rio de Janeiro decretou o divórcio antes da citação do cônjuge, um americano que reside nos Estados Unidos. A decisão da 2ª Vara de Família da Regional da Barra da...

Holding deixada de herança: entenda o que a Justiça diz

Opinião Holding deixada de herança: entenda o que a Justiça diz Fábio Jogo 14 de janeiro de 2025, 9h14 Sem uma gestão transparente, o que deveria ser uma solução para proteger o patrimônio pode acabar se transformando em uma verdadeira dor de cabeça. Leia em Consultor Jurídico      ...